MEMÓRIA DO PROJETO
Durante a pandemia, o escritório voltou seus esforços para o trabalho remoto, deixando nosso antigo espaço físico. Aos poucos, as atividades presenciais foram voltando e, em 2022, tivemos o privilégio de unirmos a outros escritórios para dividir um andar no Morro Vermelho, edifício icônico modernista em Brasília.
Junto ao seu edifício “irmão”, Camargo Corrêa, o Morro Vermelho é localizado no coração de Brasília, o Setor Comercial Sul. Esta área da cidade infelizmente foi esvaziada entre o final da década de 90 e o início dos anos 2000, mas recentemente vem passando por uma revitalização como um centro efervescente da cidade.
O edifício em si foi construído em um período de intensa experimentação na formação da recém-nascida cidade, marcada pelo uso do concreto armado e aparente, bem como com a pré-fabricação. Seu autor, João Filgueiras Lima, foi um dos arquitetos que mais explorou essa técnica construtiva em Brasília. A escolha do local que abriga a sede do escritório dialoga totalmente com o propósito da CoDA, de unir o moderno ao contemporâneo, ressaltando os pontos fortes e características icônicas dos edifícios de Brasília. O projeto, portanto, enfatiza o caráter modular do edifício, bem como as instalações aparentes e a textura do concreto.
O andar, de cerca de 402 m2 mé dividido com outros três escritórios e segue a divisão do andar superior, desenhada pela equipe do BLOCO Arquitetos. A CoDA ocupa um retângulo de 92 m2 que, por sua vez, é dividido em quatro espaços: a área de trabalho da equipe, uma sala de reuniões, uma copa e uma sala de servidor.
A área de trabalho acomoda doze estações de trabalho, dispostas ao longo de duas bancadas com circulação livre de ambos os lados – destacando, de um lado, a fachada de vidro e, do outro, as janelas icônicas do edifício, com brises laranja. Todas as divisões internas, layout e iluminação, incluindo as esquadrias das paredes de vidro, seguem a divisão da laje e das janelas do edifício.
A copa e a sala de servidores ocupam um módulo em uma das extremidades do escritório, que é dividida do restante do espaço por uma grande estante com portas simétricas em cada lado. Nem a estante nem as portas encostam na laje superior, ressaltando ainda mais este elemento original do projeto.
Na outra extremidade do espaço fica a sala de reunião, fechada por uma fachada de vidro com cortinas que permitem que ela se “abra” ou “feche” visualmente para o escritório. No ambiente foram usadas peças garimpadas de mobiliário modernista, complementadas por um rack de 5 metros de madeira.
A materialidade do projeto se baseia nos elementos existentes do edifício – o interior da fachada, branca, de fibra de vidro, e o concreto aparente. Portanto, branco foi uma cor predominante no projeto, assim como os de madeira escura, tom escolhido como contraposição. As janelas e seus icônicos brises laranja inspiraram as cores do carpete laranja do piso do escritório e dos ladrilhos hidráulicos usados na copa, bem como da nova identidade visual do escritório.